A liberdade é, sem dúvida, um direito fundamental do ser humano, tal como de todos os seres vivos. A liberdade é, ou diz-se ser a base de todo o sistema social moderno. Contudo, somos diariamente bombardeados publicidade desleal, propagandas políticas, a moda, etc. Perdemos então, por vezes, a noção da nossa liberdade e mesmo a liberdade.
A industrialização da sociedade levou ao consumismo. O comércio e a indústria não são, de todo, coisas negativas. Pelo contrário, graças a estas áreas, deixou-se de viver apenas da agricultura, em que se trabalhava arduamente para poder sobreviver. Infelizmente, graças aos mais egoístas, assiste-se a um bombardeamento diário de publicidade nas nossas vidas, que em vez de promoverem o produto de forma correcta, tentam transmitir mensagens secundárias que visam criar no consumidor uma ideia preestabelecida. Através de frases chave, anúncios rápidos e abundantes e de testemunhos pagos, tenta-se fazer com que o consumidor não pense nas qualidades do produto, mas sim induzir uma falsa necessidade de consumo do mesmo.
Assim se criou a cultura das marcas, que por serem “fixes”, “jovens”, “glamorosas”, “de bom gosto”, e de bom nome, são “necessárias” ao ser humano para ser aceite na sociedade. Isto é falta de liberdade, ora vejamos: para podermos agir livremente, temos de pensar por nós próprios as ideias ou criticar as ideias alheias, para então decidirmos o melhor a fazer. O consumismo social é uma verdadeira ditadura: não só, ardilosamente, levando alguns a agir sem pensar, como obriga os que pensam a agir de forma condicionada para não serem excluídos. É inegável a descriminação que muitos sofrem devido a não usarem marcas conhecidas, começando pelos mais novos, que estão mais vulneráveis a todo este “bombardeamento”.
O mesmo se passa na política. Por exemplo, geralmente, um cartaz político é constituído pela cara do candidato, um “slogan”, o logótipo do partido e uma bela imagem de fundo. Estes cartazes impõem uma imagem, mas não explicam as ideias e ideais do candidato. Aliás, raramente são transmitidas estas informações, verdadeiramente cruciais à ponderação do voto.
Esta ponderação, em qualquer dos casos, é a definição de livre arbítrio: poder pensar livremente, o que implica termos as bases correctas para o pensamento, para depois então se poder agir livremente. A consciência das coisas é algo de fundamental para sermos livres. É preciso educar os mais novos neste sentido, para serem verdadeiramente livres, “para não desaprendam a voar”.
sexta-feira, 30 de maio de 2008
Portugal: de país de emigrantes a país de imigração
A partir do século XV, Portugal demonstrou ter um notável fluxo de imigração. Os Descobrimentos proporcionaram à população promessas de vida melhor, mais fácil e compensadora do que aquela que tinham no país. Assim, destinos como África, ilhas atlânticas, Oriente, Brasil e mais tarde Europa, acolheram um vasto número de portugueses que por aí fizeram as suas vidas. Já no século XX, devido principalmente à 2ª Guerra Mundial, muitos partem para o continente americano e durante o Estado Novo, para os territórios portugueses em África. Contudo, é inegável a quantidade de estrangeiros que nos últimos anos imigram para Portugal. Teremos nós passado de um país de emigrantes para um país de imigração?
Por um lado, não podemos ignorar a quantidade portugueses que se torna emigrante e o grande número de comunidades portuguesas existentes, como por exemplo, a de Nova Orleães. A falta de emprego é o grande factor que leva à emigração no nosso país. Assim, nunca deixamos de ser um país de emigrantes.
Por outro lado, Portugal atrai anualmente muitos mais imigrantes do que os seus emigrantes. Pessoas do Leste europeu, China, Angola, Cabo Verde e Brasil, têm cá garantia de melhores condições de vida. Os países de língua oficial portuguesa, como Angola e Cabo Verde, tendem também a procurar o nosso país por não terem a dificuldade de se adaptar a uma outra língua. Mas a principal razão talvez seja a natureza do povo português, descrito como hospitaleiro e afável, ao contrário de outros povos, alegados hostis à imigração.
Portugal continua a ser um país de emigrantes, mas tornou-se muito mais um país de imigração. Os números de entrada são em larga escala superiores aos de saída, o que poderá demonstrar uma certa evolução no país. Entre os que vêm e os que vão, fica a certeza de Portugal ser um país de migrantes.
Por um lado, não podemos ignorar a quantidade portugueses que se torna emigrante e o grande número de comunidades portuguesas existentes, como por exemplo, a de Nova Orleães. A falta de emprego é o grande factor que leva à emigração no nosso país. Assim, nunca deixamos de ser um país de emigrantes.
Por outro lado, Portugal atrai anualmente muitos mais imigrantes do que os seus emigrantes. Pessoas do Leste europeu, China, Angola, Cabo Verde e Brasil, têm cá garantia de melhores condições de vida. Os países de língua oficial portuguesa, como Angola e Cabo Verde, tendem também a procurar o nosso país por não terem a dificuldade de se adaptar a uma outra língua. Mas a principal razão talvez seja a natureza do povo português, descrito como hospitaleiro e afável, ao contrário de outros povos, alegados hostis à imigração.
Portugal continua a ser um país de emigrantes, mas tornou-se muito mais um país de imigração. Os números de entrada são em larga escala superiores aos de saída, o que poderá demonstrar uma certa evolução no país. Entre os que vêm e os que vão, fica a certeza de Portugal ser um país de migrantes.
Notas da entrevista com a Professora Inês Moreira
1961 e 1974
Professora Maria Inês Costa Moreira
regresso: 1975, Janeiro de Luanda
A guerra só afectou directamente Luanda após o 25 de Abril
"quando os brancos saissem, não precisavam de trabalhar"
alimentos condicionados, recolhimento obrigatório, descriminação dos portugueses
descursos em português diferentes de kimbundo
portugal, "evolução"
"nativos": portugueses = negativo
nunca deu por racismos, "sempre brinquei com negros"
brincavam com outras crianças negras e brancas
comiam juntos várias vezes, era convidade por outras crianças
"nunca senti o racismo"
diferente tipo de vida em angola, mais convivencia, fins-de-semana sociais
após o 25 de abril, reinava sentimento de medo. Não havia menos confiança própriamente, mas as pessoas não deichavam as crianças brincar na rua, por exemplo"
final de janeiro, mais confrontos
passagem de ano 74-75, houve tiroteio
passado uma hora, acalmou e a festa continua
"as pessoas eram mais amigas" (talfez "Falta de família?", pois "família = amigos")
"eles é que incitavam a revolta, não eram as pessoas que a sentiam"
"eles": Agostinho Neto (MPLA), Holden roberto (FNLA), Jonas Savimbi (UNITA - Movimento do Galo Negro)
apoios da
MPLA - apoiado pela união soviética (comunistas não declarados)
Jonas Savimbi - apoiado pela africa do sul?
problema de angola, interesses e riquesa do país
Dificuldades:
adaptação ao clima, na escola chamavam "retornada", miudos atacavam "substituir empregos aos pais", => isolação
"viemos com a ropa que tinhamos no corpo e com a mala" "viemos com intenção de voltar" " a situação piorava de dia para dia/ o meu pai estava a fazer um curso na Boing" "Fechamos a porta como se viessemos de férias."
"houveram pessoas que ficavam semans a espera de vaga no avião para cá"
"a casa ainda ficou em nosso nome" (nova, nunca chegou a viver) (forma de livro aberto, baloiços escorrega)
"arrajavam durante o recolher obrigatório"
tia diz qe hoje está completamente destruido, tacos arreancados para fazer lumes
pai foi para lá com 20 anos, facilidade me trazer coisa para cá com antecedência, mas acreditava que conseguiria viver lá
mandou apenas trazer o carro, conseguiu numa altura mais calma
dormiam no chão qd chegaram ao Montijo (estante, tijolos e uma tábua)
não tiveram nada até o pai conseguir arranjar emprego, ajuda possível de familiares
separou dos pais e irmã qdo chegaram (pela 1ª vez) e ficou no Montijo com primos da mãe, equanto a familia ficou no alentejo, para poder estudar
só se juntou à família quando as aulas terminaram
pai regressa em agosto da América, e acabou por não vir por conselho das pessoas que estavam lá (bastate má), como estudava no Montijo, ficaram a viver no Montijo
Educação:
em angola ia muito mais à frentge na matéria do que cá
muitas aulas práticas (mais dificuldade nos testes), mais dirigido para a parte experimental (cá, tudo teórico)
(confusão cá pelo pós revolução)
na primaria, aulas unissexo
turmas nocturnas, unissexo
irmã internada no hospital
hangar, trabalhavam negros e bancos
não havia Apartheid
Agora:
reconstrução das estradas
segurança maior
péssima saúde e educação restricta
Professora Maria Inês Costa Moreira
regresso: 1975, Janeiro de Luanda
A guerra só afectou directamente Luanda após o 25 de Abril
"quando os brancos saissem, não precisavam de trabalhar"
alimentos condicionados, recolhimento obrigatório, descriminação dos portugueses
descursos em português diferentes de kimbundo
portugal, "evolução"
"nativos": portugueses = negativo
nunca deu por racismos, "sempre brinquei com negros"
brincavam com outras crianças negras e brancas
comiam juntos várias vezes, era convidade por outras crianças
"nunca senti o racismo"
diferente tipo de vida em angola, mais convivencia, fins-de-semana sociais
após o 25 de abril, reinava sentimento de medo. Não havia menos confiança própriamente, mas as pessoas não deichavam as crianças brincar na rua, por exemplo"
final de janeiro, mais confrontos
passagem de ano 74-75, houve tiroteio
passado uma hora, acalmou e a festa continua
"as pessoas eram mais amigas" (talfez "Falta de família?", pois "família = amigos")
"eles é que incitavam a revolta, não eram as pessoas que a sentiam"
"eles": Agostinho Neto (MPLA), Holden roberto (FNLA), Jonas Savimbi (UNITA - Movimento do Galo Negro)
apoios da
MPLA - apoiado pela união soviética (comunistas não declarados)
Jonas Savimbi - apoiado pela africa do sul?
problema de angola, interesses e riquesa do país
Dificuldades:
adaptação ao clima, na escola chamavam "retornada", miudos atacavam "substituir empregos aos pais", => isolação
"viemos com a ropa que tinhamos no corpo e com a mala" "viemos com intenção de voltar" " a situação piorava de dia para dia/ o meu pai estava a fazer um curso na Boing" "Fechamos a porta como se viessemos de férias."
"houveram pessoas que ficavam semans a espera de vaga no avião para cá"
"a casa ainda ficou em nosso nome" (nova, nunca chegou a viver) (forma de livro aberto, baloiços escorrega)
"arrajavam durante o recolher obrigatório"
tia diz qe hoje está completamente destruido, tacos arreancados para fazer lumes
pai foi para lá com 20 anos, facilidade me trazer coisa para cá com antecedência, mas acreditava que conseguiria viver lá
mandou apenas trazer o carro, conseguiu numa altura mais calma
dormiam no chão qd chegaram ao Montijo (estante, tijolos e uma tábua)
não tiveram nada até o pai conseguir arranjar emprego, ajuda possível de familiares
separou dos pais e irmã qdo chegaram (pela 1ª vez) e ficou no Montijo com primos da mãe, equanto a familia ficou no alentejo, para poder estudar
só se juntou à família quando as aulas terminaram
pai regressa em agosto da América, e acabou por não vir por conselho das pessoas que estavam lá (bastate má), como estudava no Montijo, ficaram a viver no Montijo
Educação:
em angola ia muito mais à frentge na matéria do que cá
muitas aulas práticas (mais dificuldade nos testes), mais dirigido para a parte experimental (cá, tudo teórico)
(confusão cá pelo pós revolução)
na primaria, aulas unissexo
turmas nocturnas, unissexo
irmã internada no hospital
hangar, trabalhavam negros e bancos
não havia Apartheid
Agora:
reconstrução das estradas
segurança maior
péssima saúde e educação restricta
Teste, 03/03/2008, III - Expressão Escrita
Viriato é um dos heróis mencionados tanto n’”Os Lusíadas” como na “Mensagem”. Historicamente, foi um pastor e líder lusitano que durante a sua vida defendeu com inteligência e perspicácia o seu povo da invasão romana, pereceu não no campo de batalha, mas por traição, sendo pois um símbolo da liberdade.
N’”Os Lusíadas” aparece como um símbolo das capacidades do povo lusitano, valentia e inteligência, que o povo português herdou (“…alcançando vencimentos / Memoráveis, de herança nos deixaram / Que os muitos, por ser poucos, não temamos…”).
Na “Mensagem”, representa a potencialidade dos lusitanos. Ainda não é português, mas é herói, estando em evidência a passagem da potência para o acto, simbolizada na antemanhã (“Teu ser é como aquela fria / Luz que precede a madrugada, / E é já o ir a haver o dia / Na antemanhã, confuso nada.”). Esta passagem é comparada à potência que se encerra dentro do povo português e é ocasionalmente revelada em heróis.
O próprio nome Viriato dá-lhe um teor heróico. Em latim, viri significa homem, herói, pessoa de coragem, honra e nobreza, e em celtibera, viriae era um bracelete torneado e usado por guerreiros. Em outros dialectos indígenas, nomeadamente o celta, o nome é uma derivação da palavra “homem” e “viril”. Dos feitos, é-lhe dado o nome, e ao nome, alia-se o mito. O homem que foi Viriato, é narrado pel’”Os Lusíadas” e pela “Mensagem” como herói, como ser sobre-humano.
Viriato torna-se então uma representação do que pode e virá a ser o ser português. Os seus feitos são uma antevisão dos grandes feitos portugueses, do Mar na “Mensagem” e da viagem de Vasco da Gama n’”Os Lusíadas”.
N’”Os Lusíadas” aparece como um símbolo das capacidades do povo lusitano, valentia e inteligência, que o povo português herdou (“…alcançando vencimentos / Memoráveis, de herança nos deixaram / Que os muitos, por ser poucos, não temamos…”).
Na “Mensagem”, representa a potencialidade dos lusitanos. Ainda não é português, mas é herói, estando em evidência a passagem da potência para o acto, simbolizada na antemanhã (“Teu ser é como aquela fria / Luz que precede a madrugada, / E é já o ir a haver o dia / Na antemanhã, confuso nada.”). Esta passagem é comparada à potência que se encerra dentro do povo português e é ocasionalmente revelada em heróis.
O próprio nome Viriato dá-lhe um teor heróico. Em latim, viri significa homem, herói, pessoa de coragem, honra e nobreza, e em celtibera, viriae era um bracelete torneado e usado por guerreiros. Em outros dialectos indígenas, nomeadamente o celta, o nome é uma derivação da palavra “homem” e “viril”. Dos feitos, é-lhe dado o nome, e ao nome, alia-se o mito. O homem que foi Viriato, é narrado pel’”Os Lusíadas” e pela “Mensagem” como herói, como ser sobre-humano.
Viriato torna-se então uma representação do que pode e virá a ser o ser português. Os seus feitos são uma antevisão dos grandes feitos portugueses, do Mar na “Mensagem” e da viagem de Vasco da Gama n’”Os Lusíadas”.
O exemplo e as massas
A mais pura ética, a nobreza de carácter é algo pouco comum de encontrar nos seres humanos. O agir, não por obrigação, não por interesse pessoal, mas por amor à condição humana, e por vezes contra os interesses pessoais e as leis estabelecidas, é dito inspirador dos demais. Mas será que agir correctamente é capaz de influenciar massas?
À semelhança de Vicente em “Felizmente Há Luar”, muitos são exemplos que se regem para seu próprio benefício, por mais conscientes que sejam, sem qualquer preocupação em “pisar” os outros, não se deixando influenciar pelos bons exemplos. Talvez seja por isso que ao longo de muitos séculos, tenham havido inúmeras guerras e atrocidades. Hitler ou Ivan IV da Rússia, não só não se deixavam influenciar como os eliminavam.
Contudo, tal como na obra Gomes Freire de Andrade é um potencial líder, inspirando muitos, existiram na história inúmeros capazes de inclusivo fazer pessoas repensarem nos seu actos e modificarem a sua forma de ser. Os melhores exemplos possíveis talvez sejam os de Jesus Cristo ou Buda. Quer sejam tomados como homens ou como Deuses, como factuais ou ficcionais, a verdade é que moveram milhares de milhões de pessoas nos últimos dois mil e dois mil e quatrocentos anos. Mesmo que uma religião implique uma moral, são descritos como guiados pela suas próprias razões, o que incentiva enormes massas a seguirem as suas ideias e a redimirem-se do consideram errado. Martin Luther King, Kofi Annan ou Nelson Mandela são outros exemplos de que é possível mudar o pensamento de massas, demonstrando que lutar por uma causa vale a pena.
Assim, há homens que obrigam todos os outros a reverem-se por dentro, e muitos deles a modificarem-se. Basta que defenda verdadeiramente o melhor para o bem comum, para perpetua a sua memória como exemplo a seguir.
À semelhança de Vicente em “Felizmente Há Luar”, muitos são exemplos que se regem para seu próprio benefício, por mais conscientes que sejam, sem qualquer preocupação em “pisar” os outros, não se deixando influenciar pelos bons exemplos. Talvez seja por isso que ao longo de muitos séculos, tenham havido inúmeras guerras e atrocidades. Hitler ou Ivan IV da Rússia, não só não se deixavam influenciar como os eliminavam.
Contudo, tal como na obra Gomes Freire de Andrade é um potencial líder, inspirando muitos, existiram na história inúmeros capazes de inclusivo fazer pessoas repensarem nos seu actos e modificarem a sua forma de ser. Os melhores exemplos possíveis talvez sejam os de Jesus Cristo ou Buda. Quer sejam tomados como homens ou como Deuses, como factuais ou ficcionais, a verdade é que moveram milhares de milhões de pessoas nos últimos dois mil e dois mil e quatrocentos anos. Mesmo que uma religião implique uma moral, são descritos como guiados pela suas próprias razões, o que incentiva enormes massas a seguirem as suas ideias e a redimirem-se do consideram errado. Martin Luther King, Kofi Annan ou Nelson Mandela são outros exemplos de que é possível mudar o pensamento de massas, demonstrando que lutar por uma causa vale a pena.
Assim, há homens que obrigam todos os outros a reverem-se por dentro, e muitos deles a modificarem-se. Basta que defenda verdadeiramente o melhor para o bem comum, para perpetua a sua memória como exemplo a seguir.
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